Voltei recentemente de uma viagem pelo norte do Brasil e assim que me conectei na internet, uma pessoa da região onde moro me ligou dizendo que havia visto recentemente um cabeça-seca (Mycteria americana) na represa do Guarapiranga. Como de costume, anotei as informações e no dia seguinte peguei meu caiaque e saí atrás do bicho, pois dificilmente alguém confundiria um cabeça-seca com uma garça qualquer.Nestas horas a emoção toma conta e a adrenalina dita o ritmo da aventura. Tratei de remar mais rápido e chegar próximo dos mergulhões, pois não acreditava que eram eles mesmo, ali na minha frente, na represa do Guarapiranga, em plena cidade de São Paulo (rs). Com a câmera digital fiz algumas fotos de identificação e aproveitei para ficar admirando aquelas aves, que possuem uma plumagem colorida e um olho vermelho vivo, que até parece artificial.
No dia seguinte voltei na represa com minha “velha” câmera reflex e a lente 300 mm e fiz ótimas fotos dos mergulhões. A documentação científica de qualidade é fundamental nestes casos.
Agora, entre relatórios técnicos, atribulações de final de ano, Natal e Ano Novo, terei que conseguir um tempo para monitorar os mergulhões da Guarapiranga (rs), pois todas as informações coletadas serão importantes no futuro.
O aparecimento desta espécie na cidade de São Paulo, assim como os demais registros que tenho feito recentemente na região (maçaricos, batuíras, trinta-réis, tuiuiús, colhereiros entre outros), mostram que estas aves estão resistindo às perturbações ambientais e utilizando os ambientes “naturais” disponíveis, mesmo que estes estejam parcialmente poluídos.Vamos ficar atentos, podemos encontrar estes mergulhões em qualquer lago da cidade.
Para quem gosta de fazer observações de aves, minha dica é procurá-los nos lagos do Ibirapuera, Jardim Botânico, Parque do Carmo e Parque Cidade de Toronto, além do Parque Ecológico do Tietê e das represas do Guarapiranga e Billings.
Referência
Bornschein, M. R., Maurício, G. N.e Sobânia, R. L. M. 2004. First records of the Silvery Grebe Podiceps occipitalis Garnot, 1826 in Brazil . Ararajuba.12 (1):61-63.

Genial Fábio!!!
ResponderExcluirParabéns pela dedicação, persistência e sorte.
Fantástico!!!
ResponderExcluirParabéns pelo registro!
es magnifico
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