quarta-feira, 18 de maio de 2011

Divulgado o Boletim Pinguins no Brasil Nº 1

Foto: Silvia Linhares

PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGUIM-DE-MAGALHÃES (Spheniscus magellanicus)

O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma espécie de ave marinha classificada como Quase Ameaçada (IUCN, 2010). Se reproduz em colônias numerosas distribuídas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, realizando anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil.

Com o propósito de evitar o agravamento da situação de ameaça do pinguim-de-Magalhães, iniciou-se em 2010 a elaboração conjunta de um Programa Nacional de Monitoramento da espécie, buscando sua construção e implementação coletiva. Este processo envolveu atores da sociedade e do governo brasileiros.


Foto: Silvia Linhares
O intuito deste Programa é ampliar o conhecimento sobre o pinguim-de-Magalhães no Brasil e otimizar os esforços de pesquisa, reabilitação e monitoramento, possibilitando a contribuição e integração de iniciativas em prol da conservação.

Tratando-se de uma espécie migratória, estas iniciativas devem ser consideradas em conjunto com outros países da América do Sul, que detém as colônias reprodutivas.

O Programa Nacional de Monitoramento consiste em uma importante união de esforços e ao compilar as informações disponíveis sobre a biologia da espécie, identifica os principais fatores de ameaça e propõe uma série de medidas para implementação em duas áreas temáticas principais (pesquisa e reabilitação/soltura), identificando atores potenciais e seguindo uma escala de prazos e prioridades, cujo principal objetivo é contribuir para a conservação da espécie em longo prazo.

Este boletim é uma meta deste programa que visa a publicação de artigos com temas de livre escolha, informações, curiosidades, eventos e cursos sobre pingüins e assuntos que possam contribuir para a conservação da espécie.

Maiores informações:
http://www4.icmbio.gov.br/cemave/

Foto: Silvia Linhares
UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O PINGUIM-DE-MAGALHÃES...

Pinguins são animais curiosos que caminham em posição similar aos humanos, com bico e o corpo coberto por penas especiais que de modo geral parecem pêlos. Seria uma ave ou um mamífero? Com certeza os primeiros humanos que viram pinguins, tiveram dificuldades em classificá-los. No modelo Aristotélico, seria um animal animado aquático sem muita utilidade.

Para alguns servia apenas como modelo lúdico ou para obtenção de óleo. Na realidade são aves Spheniscidae da ordem Sphenisciformes ou Ciconiformes. A palavra deriva do grego: spheniskos (σφηνίσκος, σϕηνίσκος) e significa cunha ou machado.

Provavelmente pela forma da asa, similar a aleta, ou pelo formato do corpo, ou ainda pela forma do mergulho, quando perfura o mar. A palavra pinguim deriva do latim “pinguis” que significa gordura; ou de “pin-wing” asas pequenas. Foi o naturalista Forster, colega do capitão Cook, que no século 18 fez as primeiras descrições e classificações dos pinguins.

Foto: Silvia Linhares
No Brasil os pinguins são visitantes, e por aqui temos o registro de quatro espécies. O mais comum é o pinguim-de-magalhães. As outras espécies: Aptenodytes patagonicus (pinguim-rei); Eudyptes chrysolophus (pinguim-detesta-amarela) e E. chrysocome (pinguim-de-penacho-amarelo) que são raros na costa do Brasil.

Pinguins são importantes espécies, assim como qualquer outra, pois fazem parte da teia alimentar dos ecossistemas onde vivem. Portanto, controlam espécies diversas e servem de alimento a outras espécies, assim como qualquer ser vivo da biodiversidade. São indicadores das mudanças climáticas globais e da saúde ambiental local, em especial aquelas espécies que fazem poucos deslocamentos.

Geralmente as áreas de nidificação, onde se concentram em grandes quantidades, os pingüins são considerados agentes motivadores do turismo, em especial na Argentina, África do sul, Austrália e Equador, inclusive hoje em dia nas regiões frias da Antártica.

A avaliação do tamanho populacional é um dos principais formas de detectar flutuações naturais ou alterações antropogênicas, em especial quando relacionadas com outras variáveis abióticas e bióticas fornecem resultados importantes sobre
o ambiente.

Mesmo sendo aves visitantes para a costa do Brasil, devem ser monitoradas, seja através de censos periódicos de animais mortos ou vivos nas praias e em alto mar.

Os animais mortos devem ser avaliados, seja em busca da causada morte, idade, sexo e descrição do conteúdo estomacal. Estas informações, ao longo dos anos podem fornecer interpretações mais seguras sobre a dinâmica e influências dos fatores da alta mortandade, por exemplo. Com certeza também orientam as estratégias de conservação.

Os estudos de conteúdo estomacal devem ser realizados em todos os anos, pois não mostram somente se esta havendo mudança no tipo de presa, mas também o tamanho das presas deve ser avaliado. Pois a presença de um item alimentar por si só, pode resultar em uma informação positiva, mas a diminuição do tamanho da presa pode nos indicar que o predador não esta mais conseguindo o aporte energético necessário para a sua manutenção.

Leia o Boletim completo clicando  aqui

Este Boletim é uma publicação do Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães.

Coordenação 2010-2015:
Aurélea Mäder
Biol. MSc. em Diversidade e
Manejo de Vida Silvestre.
(ARDEA Consultoria Ambiental)

Patrícia Serafini
Veterinária
Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade
(ICMBio)

Publicação
Aurélea Mäder

Revisão
Patrícia Serafini

Tradução
Ralph Vanstreels

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