sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Visita ao Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus

Prosseguindo o levantamento de aves de unidades de conservação do estado de São Paulo, cumprindo os objetivos do projeto que o CEO apresentou ao Instituto Florestal (COTEC), estivemos nos dias  3 e 4 de dezembro no Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus, município de Pedregulho, no extremo nordeste do estado.

A característica mais notável dessa unidade é o fato de abranger uma furna, que é percorrida pelo rio Bom Jesus, que dá nome a ela. A parte alta do parque é ocupada principalmente por cerrado, em boa parte com capim nativo e também no estágio de cerradão e nas encostas há fragmentos de floresta estacional semidecídua.


Nos dois dias fomos acompanhados por guias ambientais, que são de uma empresa terceirizada. O atendimento foi muito bom, os guias demonstraram bom conhecimento da área e disposição em nos atender. O Fernando, guia que nos atendeu no primeiro dia, é pessoa muito conhecida em Pedregulho, chamado por alguns de “o grandão”, pelo seu porte avantajado e que no ano passado foi o vice-campeão brasileiro de jiu-jitsu! Eu e o Julio obedecemos à risca as orientações dele! Também a gestora da unidade foi muito gentil e nos autorizou a visitar a UC também no período noturno, o que foi fundamental para detectarmos pelo menos duas espécies de caprimulgídeos. Com a estratégia do encandeamento foi possível chegarmos bem perto de um indivíduo, até ao  alcance da mão.



Na tarde do sábado visitamos a parte baixa da furna, que tem acesso pelo núcleo Chapadões do parque, mas não encontramos muitas aves nessa área. Alguns resquícios do tempo em que a área era ocupada por propriedades rurais ainda estão presentes, como ruínas de casas e plantas exóticas. A mais importante destas é o capim braquiária. Uma boa parte da encosta da furna nesse núcleo sofreu um incêndio em 2009 e a braquiária mostrava uma capacidade grande de regeneração e ocupação da área.

A parte mais plana no fundo do vale da furna provavelmente era ocupada por lavouras, pois mostra ainda curvas de nível, por sinal bem visíveis também no Google Earth e áreas ocupadas pela braquiária.



Usamos bastante o recurso do play-back e boa parte das documentações fotográficas só foram possíveis devido ao uso dessa técnica. Esse ui-pí estava cantando a uma boa distância no meio do cerrado e com o play-back se aproximou bastante e veio até pousar na estrada onde estávamos, bem perto do carro.



O Julio fez um ótimo trabalho de documentarista e assim as primeiras e únicas fotos de 38 espécies de aves desse parque foram postadas por ele no Wikiaves. Na busca avançada use como "local": "Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus" e em "município": "Pedregulho")


A unidade foi bem inventariada na parte de mamíferos, quando  foi visitada por uma pesquisadora inglesa que fez uso de dez armadilhas fotográficas. Não vimos nenhum mamífero, mas chamou a atenção o fato de que os lobos guarás gostam de subir em uma pequena plataforma de madeira, que eles chamam de mirante, instalada numa parte mais alta do parque,  para ali defecarem! Segundo um dos guias, essa pesquisadora encontrou numa dessas fezes restos de uma serpente, o que parece ser novidade na biologia do lobo-guará. Quanto aos répteis, a despeito de ser uma área onde fomos alertados pelo Fernando ser região com  muitas cascavéis, só vimos no caminho da Cascata Grande esse pequeno lagarto rabilongo, identificado pelo Dr. Luís Fábio Silveira como sendo o Polychrus acutirostris, segundo ele comum nos cerrados.



No domingo pela manhã pudemos visitar a Cascata Grande apenas pela parte de cima, já que para chegar na parte de baixo é necessária uma longa caminhada por dentro da furna. Seria muito bom um dia fazermos isto, para podermos observar os pousos dos andorinhões na cachoeira. De qualquer forma foi possível constatar a presença lá de duas espécies, uma delas o taperuçu-velho, Cypseloides senex, espécie com poucos locais de ocorrência neste estado. Neste dia fomos acompanhados pela guia Gabriela, que tem um divertido sotaque interiorano.


Registramos nessa visita 66 espécies de aves e a lista pode ser vista no site do CEO. Trata-se de uma unidade cuja avifauna foi muito pouco inventariada. Willis & Oniki (As Aves do Estado de São Paulo) fizeram também breve visita a Pedregulho (“cidade, incluindo fazendas e furna”) em 31 de outubro e 1º de outubro de 1987.  Pelas coordenadas geográficas indicadas, a “furna” refere-se à mesma incluída no PE Furnas do Bom Jesus. Em 1903 o coletor Dreher colecionou em Pedregulho uma seriema, para o MZUSP. O versátil coletor Olalla também fez coleta em Pedregulho no ano de 1963.

Poderia ter pedido ao guia para tirar essa foto junto com o Julio, mas o Julio não quis subir também na frágil arvoreta do cerrado!

 Brincadeira, eu estava sobre um afloramento de rocha!


Vamos voltar lá?



Texto e fotos : Luiz Fernando de A. Figueiredo
Foto do Luiz Fernando e da placa do parque: Julio Guedes

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Carpornis melanocephala (Sabiá-pimenta) no Wikiaves

Nossa amiga Silvia Linhares tem foto na "Melhores avaliadas da semana" do WikiAves e como destaque na página da espécie.

É o Carpornis melanocephala (Sabiá-pimenta) fotografado lá no PE do Jurupará. Parabéns para ela!

abraços,

Júlio Guedes


http://www.wikiaves.com.br/
http://www.wikiaves.com.br/sabia-pimenta


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Parque Estadual Jurupará


Junto com outros associados do CEO visitamos o Parque Estadual Jurupará, por sugestão do novo associado do CEO Maurício Merzvinskas, que já vem observando e registrando a avifauna dessa localidade e é proprietário de uma área que foi incorporada ao parque.

Julio Guedes, Maurício Merzvinskas, Célia Moretti e
Silvia Linhares (by self-timer)

Logo na chegada à área onde ficamos, um casal de anambé-branco-de-cauda-preta (Tityra cayana) estava edificando seu ninho aproveitando o oco de um tronco vizinho à sede da propriedade.
por Julio Guedes

Também havia, na frente da varanda, numa goiabeira, um ninho de caneleiro-de-chapéu-preto (Pachyramphus validus). O casal se revesava na arrumação do ninho, trazendo material colhido nos arredores. Muitos guaxes (Cacicus haemorrhous) também montaram seus ninhos nas imediações da casa.

por Célia Moretti
Acredito que a preferência e a abundância de aves ao redor da propriedade se deve ao belo lago na frente e lateral e às árvores frutíferas plantadas por ali.


sabiá-pimenta por Silvia Linhares
O sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala) que já tinha em dias anteriores se aproximado da pequena sede, respondeu prontamente ao play-back e pousou na nossa frente, na mesma goiabeira onde o caneleiro-de-chapéu-preto tem seu ninho. Ressalta-se aos olhos a imensa quantidade de bem-te-vis (Myiozetetes similis e Legatus leucophaius) que habitam o lago na frente da sede. Ao longe algumas arapongas (Procnias nudicollis) vocalizavam, mas não se aproximaram em resposta ao play-back, mantendo-se distantes da nossa presença. Conhecemos vários trechos da área, mas não exploramos intensamente cada trilha. Foi mais um reconhecimento inicial.


mãe-da-lua por Silvia Linhares
Ao cair da tarde, no comecinho da noite fomos observar aves noturnas. Conseguimos fotografar uma mãe-da-lua (Nyctibius griseus), que respondeu de imediato ao play-back. O que ficou muito evidente na represa, e nos lagos da área que visitamos foi a ausência de aves aquáticas, muito comum nesses lugares. Pudemos observar um único martim-pescador-pequeno (Chloroceryle americana). Em geral, garças, biguás, patos, marrecos e outras, costumam habitar áreas assim. Observamos também que havia abundância de peixes no local.

No total contabilizamos 55 espécies de aves, mas temos consciência que observações mais demoradas e em várias ocasiões e estações do ano poderão registrar muito mais. No retorno uma grande ave de rapina cruzou a estrada, não pudemos identificar a não ser que era uma ave preta grande e tinha um enorme rabo branco. 

A lista das aves observadas pode ser vista no site do CEO: http://www.ceo.org.br/avifest.htm

Texto: Silvia Linhares
Veja a seguir mais fotos da excursão

sábado, 15 de outubro de 2011

Excursão de observação de aves a Fazenda Bacury e Tanquã

Nos dias 7, 8 e 9 de outubro de 2011, doze membros do CEO realizaram uma excursão de observação de aves na Fazenda Bacury (Anhembi) e região do Tanquã (Piracicaba). A equipe hospedou-se na fazenda Bacury, de propriedade do casal Carlos Leôncio e Silene.

Fazenda Bacury (Foto: Luiz Fernando Figueiredo)
© 2011 All right reserved 
Fazenda Bacury (Foto: Silvia Linhares)
© 2011 All right reserved
Essa fazenda é resultado do desdobramento da fazenda Barreiro Rico, famosa por ser talvez a localidade do estado de São Paulo melhor estudada ornitologicamente, tendo sido visitada por um grande número de ornitólogos e observadores de aves.

O antigo proprietário, José Carlos Reis de Magalhães, pai do Carlos Leôncio, também era um grande admirador das aves e escreveu o livro Aves da Fazenda Barreiro Rico, onde dá informações preciosas sobre a avifauna dessa localidade.

Como foi também um local onde se realizou um grande número de coletas de espécimes para o Museu de Zoologia da USP, o livro de José Carlos tem informações inéditas sobre a coloração das partes nuas dos espécimes coletados, além de pesos de gônadas e outras informações sobre a biologia das espécies. Já ao redor da sede da fazenda foi possível observar um grande número de espécies e fotografá-las.

A mata da fazenda é cortada por uma extensa trilha, que permite percorrê-la com facilidade, o que possibilitou também visitá-la à noite para observação da rara Corujinha-sapo, Megascops atricapillus.
Corujinha-sapo (Foto: Amarildo Jordão)
© 2011 All right reserved

Junto a esta trilha, foram construídos dois observatórios de aves, onde os observadores podem ficar escondidos e assim terem interessantes flagrantes de espécies florestais, como a Jacupemba, Penelope superciliaris, além de mamíferos que vêm comer milho e lamber sal em uma ceva. Um total de 69 espécies de aves foram vistas e/ou ouvidas durante os dois dias de permanência da equipe nessa fazenda.
Savacu jovem (Foto: Célia Moretti)
© 2011 All right reserved
Desta base a equipe visitou a localidade de Tanquã, onde utilizaram três barcos alugados de barqueiros locais para percorrer o rio Piracicaba, que nessa região forma uma grande área alagada, com diversas lagoas, criando-se uma espécie de pantanal que atrai uma enorme quantidade de aves aquáticas e ribeirinhas.

Aí foi possível ver e fotografar espécies muito interessantes, como o marrecão, Netta peposaca, ave mais comum no sul do país e que expandiu sua distribuição até o estado de São Paulo, sendo o Tanquã a única localidade onde tem sido registrada ultimamente.

Aves em debandada (Foto: Carlos Eduardo Godoy)
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Além do Tuiuiú, Jabiru mycteria, do Cabeça-seca, Mycteria americana, e de um grande número de marrecas, principalmente Irerês, Dendrocygna viduata, Marreca-caneleira, Dendrocygna bicolor, Asa-branca, Dendrocygna autumnalis, e outras mais raras como a Marreca-cricri, Anas versicolor e o Marrecão, Netta peposaca.
Marrecão (Foto: Luciano Monferrari)
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Colhereiros (Foto: Carlos Eduardo Godoy)
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Tuiuiú (Foto: Silvia Linhares)
© 2011 All right reserved
Também um interessante flagrante de três filhotes do Carão, Aramus guarauna. Um total de 56 espécies de aves foram avistadas durante os dois passeios de barco realizados no Tanquã. Essa localidade é um dos sítios de realização do Censo Neotropical de Aves Aquáticas, pelo CEO, aos cuidados do associado Luciano Monferrari.

Filhotes de Carão (Foto: Silvia Linhares)
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Todos ficamos muito satisfeitos pelo sucesso dessa excursão, que se deveu em grande parte à detalhada organização prévia feita por Luciano Monferrari e à simpática receptividade dos proprietários da fazenda e, claro, à grande competência culinária de sua equipe de cozinheiras!

Além da expressiva lista de espécies registradas, um grande número de fotografias foram produzidas e uma amostra dessas pode ser vista no site Wikiaves (www.wikiaves.com.br). Na busca avançada, digite em “Local”: “Fazenda Bacury” e em “Município” opte por Anhembi. Para ver as fotos do Rio Piracicaba digite em “Local”: Tanquã e em “Município”: Piracicaba.

É, portanto, um local indispensável de ser conhecido pelos aficionados pela observação e fotografia de aves pois, além de uma avifauna rica e de fácil observação, pode-se desfrutar da agradável hospedagem na fazenda Bacury.


Veja ao final um vídeo com algumas fotos produzidas pelos associados do CEO

Equipe do CEO e o casal Carlos Leôncio e Silene
(Foto: Luciano Monferrari via self-timer)
© 2011 All right reserved

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Edição e Publicação: Silvia Linhares

 © 2011 All right reserved / Todos os direitos reservados / No usage permited without prior written consent / Não usar sem permissão expressa

 Veja a seguir o vídeo-foto da excursão. Pode escolher entre You Tube ou Vimeo.O vídeo é o mesmo!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

4º dia de observação de aves aqui em Ribeirão Pires

 João Paulo Marigo Cerezoli, Zootecnista da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Saneamento Básico da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Ribeirão Pires convida a todos os interessados para participar 4º dia de observação de aves aqui em Ribeirão Pires, reunindo pessoas que gostam das aves em homenagem ao dia das aves(05/10).


O evento será realizado no dia 09/10/2011, 8h no Parque Municipal MIlton Marinho de Morais.

Aproveite e participe de um evento diferente e delicioso com toda a sua família.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Festival das Aves Migratórias 2011


De 13 a 16 de outubro, a cidade de Tavares, no Rio Grande do Sul, vai receber o IX Festival Brasileiro das Aves Migratórias. E o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Unidade de Conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) localizada no Rio Grande do Sul, é parceiro do festival. O evento conta ainda com apoio da Secretaria de Turismo e da Prefeitura de Tavares.

Na programação do festival estão apresentações artísticas locais, passeio ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe, palestras e cursos sobre a conservação das aves migratórias, além de técnicas básicas de fotografia de aves.

Paralelas ao festival, duas exposições fotográficas e uma de réplicas estarão acontecendo. Entre as atividades previstas durante o evento estão: identificação do canto das aves do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, jogos educativos da avifauna da região e a percepção do meio ambiente pela comunidade de Tavares.

Para ver a programação completa do IX Festival Brasileiro de Aves Migratórias, clique aqui.

Ascom ICMBio
(61) 3341-9280

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Observação de aves no Condomínio Vila Verde


Quinze membros do CEO fizeram uma visita de observação de aves ao Condomínio Vila Verde, em Itapevi, no dia 18 de setembro de 2011, onde existe uma área de soltura de animais silvestres, em apoio a essa atividade. A equipe foi guiada pelo Biólogo Rodrigo de Oliveira que atua no Projeto Asas da Associação dos Amigos do Vila Verde.


Participantes da Equipe do CEO (Graça, Gilberto Lima,
Silvia Linhares, Carlos Godoy, Evaldo e Sandra, Julio, Ricardo,
Natália, Cláudia, Rochely, Olyntho, Amarildo,
Luiz Fernando e André Ricardo)
Naquela oportunidade foram registradas na área 65 espécies de aves.

Veja abaixo algumas das espécies registradas

Pitiguari (Cyclarhis gujanensis) - Foto: Silvia Linhares
Sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca) - Foto: Silvia Linhares
Tiê-do-mato-grosso (Habia rubica) - Foto: Silvia Linhares

Enferrujado (Lathrotriccus euleri) - Foto: Silvia Linhares


terça-feira, 20 de setembro de 2011

COAVE entrevista com Guto Carvalho, coordenador do AVISTAR

Foto: Guto por J. Quental
Guto Carvalho é profissional da área de Comunicação e coordenador do AVISTAR, importante evento sobre Observação de Aves do Brasil.

ENTREVISTA

COAVE: Quando e como surgiu o seu interesse pelas aves?

GUTO: Desde criança. O fato mais antigo de que me lembro foi aos 7 anos. Ganhei um concurso de desenho de aves e recebi um diploma assinado pelo John Dalgas Frisch. De modo geral sou observador de natureza, observo nuvens, estrelas, vento, rios e a passagem do tempo. As aves são belas e diversificadas, seu comportamento é sempre intrigante, além disso eu respeito as aves pois são descendentes dos dinossauros e de tão inteligentes que são, aprenderam a voar...

domingo, 4 de setembro de 2011

Descubra o mundo maravilhoso das AVES

O colega do CEO, Gilberto Lima, lançou um belo DVD,  com duração de 34 minutos,  mostrando momentos de 40 espécies de AVES BRASILEIRAS.

Adquira o seu clicando aqui.



Veja listas com os nomes populares, científicos e em inglês.

Caetano Beccari: "um verdadeiro espírito ativista ecológico"

Sr. Caetano discursando em agradecimento
O CEO  homenageou uma pessoa muito especial e muito querida com o "Título Honorário de Associado do CEO" neste último sábado durante visitação do HASP - Hospital de Aeronáutica de São Paulo. 

Nosso intuito é destacar a participação do Sr. Caetano Beccari que com um espírito sempre renovado ensina aos mais jovens o que é ser um verdadeiro ativista ecológico.

O Sr. Caetano Beccari apóia, com toda disposição, o CEO nas visitas de levantamento da Avifauna realizadas nas áreas militares da FAB (Hospital de Aeronáutica de São Paulo - HASP e Base Aérea de São Paulo - BASP).

Por sua influência, os integrantes do CEO adotaram a prática de plantar mudas arbóreas em todas as visitas de levantamento da Avifauna em áreas militares, como uma ação ambiental e ecológica, favorecendo o aumento de oferta de alimentos para as aves que ali transitam ou fazem seus lares.

O Sr. Caetano, hoje aos 88 anos, é nascido em Santo Antônio da Posse, no interior de São Paulo, 1º Tenente, aposentado da FAB, casado, dois filhos.

Sr. Caetano e sua esposa no momento do recebimento do título
“Sou de um tempo em que tirávamos da terra a nossa sobrevivência, plantávamos cereais e legumes além de enormes árvores frutíferas. Sou nascido em Santo Antônio da Posse, no interior de São Paulo, onde criávamos porcos, bois e vacas. O carro de boi era o meio de transporte e a comida era feita no fogão de lenha. Fui criado no meio do mato, comendo fruta do campo e brincando com cachorros. Foi nessa época que aprendi a fazer enxertos e tratar árvores frutíferas como a laranjeira-lima, limão galego, mexerica, uva, acerola, abacate e jabuticaba. A gente tinha que usar os recursos naturais para fertilizar a terra.


Se você entende que todos dependem da natureza, você a trata bem. As gerações atuais perderam essa percepção porque tudo bem pronto  e industrializado. Por isso, meu objetivo é tentar levar essa vivência para elas mostrando que  o contato com a natureza pode unir pais e filhos.  Foi isso que aprendi com meu pai,e que venho praticando durante a minha vida.
Os participantes no último sábado

Aos 19 anos vim para São Paulo, entrei para a Aeronáutica e me formei na Escola Técnica de Aviação. Trabalhei a vida toda como especialista em hidráulica, trabalhei inclusive nos aviões que  voltavam da Itália na época da Guerra.

Mas a paixão pelas árvores e pela natureza sempre esteve presente em minha vida.  A casa onde moro, em Moema, na zona Sul de São Paulo, foi comprada em 1963 quando o bairro ainda era formado de ruas de terra e postes de madeira.

Ainda não existiam shoppings e prédios. Construí meu quintal e plantei meu pomar que cultivo até hoje. Tenho dois pés de caquis que foram plantados quando meus filhos nasceram. Em casa são palmeiras, mangueiras, pés de acerola, entre outras. Cuido delas diariamente. As plantas são motivo de satisfação na minha vida e são o meu bem-estar. Cuidar delas é para mim um ato de saúde.

A partir de 1992 quando me aposentei, voltei para a Aeronáutica como voluntário. Meu objetivo era o de plantar árvores frutíferas, foi a decisão de me ocupar  na velhice com aquilo que aprendi na infância. Já plantei mais de 700 árvores. Também comecei a fazer palestras em escolas, nelas falo sobre o valor da terra, da plantação e do trabalho de agricultor: como selecionar a semente, preparar a terra, plantar e tratar fazendo com  que as árvores prosperem e produzam seus frutos, para então colhê-los.” (Entrevista concedida em 2009 por ocasião de homenagem da Direção do HASP)

Fábio Ferrão e Sr. Caetano Beccari

Pessoas como o Sr. Beccari inspiram as gerações mais novas com o seu exemplo.

Esperamos que seu legado possa ser repassado para nossos filhos e nossos netos, e assim sucessivamente.

Que as selvas urbanas possam sempre contar com alguém assim para se humanizar um pouco, deixando a natureza manifestar-se em nosso dia a dia, mesmo em pequenas proporções.

Que as nossas aves possam sobreviver, felizes, nos grandes espaços urbanos em árvores plantadas por ele e por todos nós, que seremos sempre seus fiéis seguidores.

São pessoas como ele que motivam a criação e manutenção de entidades como o CEO. 

Sr. Beccari, agora, oficialmente e definitivamente, o senhor é um dos nossos. Continue sendo muito bem vindo.

Integrantes do CEO
Texto: Silvia Linhares/Entrevista concedida em 2009 por ocasião de homenagem da Direção do HASP
Fotos: Fábio e Dinêila Ferrão e Silvia Linhares

Veja a seguir diversos momentos registrados nos últimos anos da participação do Sr. Caetano Beccari.

domingo, 3 de julho de 2011

O garoto, o jovem e o sábio.

Ontem foi um dia muito especial. Emocionante.

O Museu de Zoologia da USP promoveu um encontro memorável para comemorar o lançamento do livro do Rolf Grantsau e reuniu representantes de 3 gerações da ornitologia brasileira: Um garoto de 10 anos, um jovem de 25 anos e um sábio de 83 anos.

O Garoto

O garoto, João Couto, começou aos 8 anos e é extremamente dedicado, assíduo frequentador não apenas do Wikiaves mas também do Museu de Zoologia e da fazenda do Avô - e essa multiplicidade de referências é muito importante. Não há palaras para descever o brilho nos olhos desse menino. Aqui um trechinho de sua fala:


(infelizmente não consegui um bom local para posicionar a câmera...sorry):

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Homenagem do CEO aos Aniversariantes do mês de JULHO 2011



Saiba como deixar seus comentários no Blog parabenizando os aniversariantes - não use o Yahoo Grupos para isso...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Encontro de Gerações da Ornitologia Brasileira

Foto: Silvia Linhares
O Museu de Zoologia da USP tem o prazer de convidar a todos os interessados para o ENCONTRO DE GERAÇÕES DA ORNITOLOGIA BRASILEIRA, a ser realizado no auditório do MZUSP (Avenida Nazaré, 481 - Ipiranga, São Paulo - SP), dia 02 de julho de 2011, às 14:00 horas.

A programação inclui abertura do ornitólogo mirim João Couto, além de palestra e lançamento do livro "Guia Completo para Identificação das Aves do Brasil" (Vols. 1 e 2), de Rolf Grantsau. Mais informações (11) 2065-8140.

Abertura: João Couto (Ornitólogo Mirim)
Mediação: Prof. Dr. Luís Fábio Silveira (MZUSP)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As aves que aqui não gorjeiam

Foto: Xeno-Canto


Um ornitólogo holandês busca algo que cante em São Paulo

O sábado amanheceu nublado como num conto de Edgar Alan Poe. No Parque Villa-Lobos, às margens da Marginal Pinheiros, apenas dois ou três valentes paulistanos desafiavam o frio e trotavam, orgulhosos, com o peito estufado de saúde. Às sete da manhã, o silêncio só é cortado pelo ronco distante dos aviões, que a cada dez ou quinze minutos cruzam o céu a caminho do Aeroporto de Congonhas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Forum Ambiental Desenvolvimento e Sustentabilidade em Ribeirão Pires

De 01 a 30 de Junho a cidade de Ribeirão Pires estará sediando o Forum Ambiental Desenvolvimento e Sustentabilidade. Diversas atividades estão programadas, entre elas um encontro dos integrantes do CEO, com paletra às 10 horas neste sábado, 04 de junho, no Parque Milton Marinho de Morais, sobre observação de aves para os escoteiros e demais cidadãos do Município com lançamento da Cartilha Observando Aves em Ribeirão Pires.

Veja fotos de aves no Wikiaves feitas em Ribeirão Pires.

Confira a programação (clique para ampliar)
 

Organização e apoio
Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Saneamento Básico
Prefeitura Municipal da Estância Turística de Ribeirão Pires



Redação CEO (Silvelatus blognirostris)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A ética na captura de registros de aves por Emerson Kaseker

Foto: Luciano Monferrari
Palestra ministrada por Emerson Kaseker durante o Avistar 2011


"No início do ano fui convidado pela organização do Avistar para apresentar uma palestra sobre a questão da ética na observação de aves.

Argumentei que certamente haveria pessoas mais qualificadas do que eu para falar sobre este tema, considerando que sou neófito na observação de aves, da “nova geração”, já que estou praticando a observação intensamente apenas a partir de 2006, embora tenha ganhado meu primeiro Guia de Aves em 1991, época em que eu observava aves no Instituto Butantan nos finais de semana.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Divulgado o Boletim Pinguins no Brasil Nº 1

Foto: Silvia Linhares

PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGUIM-DE-MAGALHÃES (Spheniscus magellanicus)

O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma espécie de ave marinha classificada como Quase Ameaçada (IUCN, 2010). Se reproduz em colônias numerosas distribuídas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, realizando anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil.

Com o propósito de evitar o agravamento da situação de ameaça do pinguim-de-Magalhães, iniciou-se em 2010 a elaboração conjunta de um Programa Nacional de Monitoramento da espécie, buscando sua construção e implementação coletiva. Este processo envolveu atores da sociedade e do governo brasileiros.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Para comemorar o Dia do Observador de aves de 2011, o CEO apresenta...

Dia 28 de abril: Dia do Observador de Aves


O Observador de Aves já pode ser considerado hoje no Brasil como um grupo significativo e crescente de pessoas com um perfil bem definido de interesses e práticas, a exemplo do chamado birdwatcher, dos países de língua inglesa. É então interessante, para marcar junto à sociedade a presença desse grupo de pessoas, a instituição do Dia do Observador de Aves.

Assim o Centro de Estudos Ornitológicos decidiu promover essa campanha pela instituição desse dia. A data não conflitará com o Dia da Ave, 5 de outubro, já instituído legalmente em nosso país, já que neste caso o foco de interesse e de comemoração são as aves. No Dia do Observador de Aves o homenageado é a pessoa que se dedica a essa prática.

A observação de aves: esporte, lazer, ciência e arte

Luiz Fernando Figueiredo - by Silvia Linhares

por Luiz Fernando Figueiredo

A observação de aves, ou birdwatching, é uma prática que envolve milhões de pessoas em todo o mundo. Nenhum outro grupo de animal silvestre exerce maior atração sobre as pessoas, para sua simples contemplação.

Certamente algumas qualidades notáveis das aves são responsáveis por isto, como sua capacidade de vôo, invejada pelo homem por centenas de anos, seu colorido, muitas vezes impossível de ser retratado numa pintura, já que algumas cores são decorrentes de iridescências devidas à própria estrutura das penas, seu canto, melodioso e agradável ao ouvido humano.

Além disto, a grande conspicuidade das aves, podendo ser vistas voando a grandes alturas ou sobrevoando ondas em alto mar, nos desertos mais áridos e no inóspito inverno antártico. Ah, certamente, nos jardins e quintais de nossas casas! Mais qualidades? Sim, a inofensividade das aves, sabendo-se que agridem o ser humano somente quando este tenta aproximar-se de ninhos de corujas ou falconiformes (águias, gaviões e falcões), no alto de alguma árvore.