quarta-feira, 30 de maio de 2012

Visita à Fazenda Meandros


Luiz Fernando Figueiredo (Foto: Chayenne Tomiuc)
O CEO tem com uma de suas pautas de ação o reconhecimento da avifauna do estado de São Paulo e assim tem contribuído com levantamentos de avifauna em diversas localidades desse estado. 

Para diversas Unidades de Conservação oficiais, os levantamentos feitos pelo CEO constituem as primeiras informações sobre as aves que lá ocorrem. Este ano o CEO iniciou uma atividade de levantamento de aves também em unidades de conservação particulares, as RPPNs, como colaboração ao conhecimento da biodiversidade dessas áreas e também em reconhecimento à iniciativa conservacionista dos proprietários dessas áreas.

Marina Amaral (Foto: Chayene Tomiuc)
Nos dias 26 e 27 de maio de 2012 uma equipe do CEO visitou a fazenda Meandros, no município de Ibiúna, SP, onde estão situadas três áreas constituídas como RPPN. Foram registradas 59 espécies, três delas classificadas oficialmente em algum grau de ameaça de extinção. 

Constatou-se também que trata-se de uma área com bom potencial para o turismo de observação de aves, por estar situada próxima da cidade de São Paulo, facilidade de acesso e manter remanescentes de mata atlântica nativa bem preservados.

A lista de aves está disponível nessa página do site do CEO. Clique aqui

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Chayene Tomiuc

terça-feira, 22 de maio de 2012

Passeio no Ibirapuera ensina a ver pássaros


Domingo, um grupo de pessoas irá ao Parque do Ibirapuera por uma razão muito especial. Não será pelas ladeiras que convidam à prática do skate, tampouco por causa das quadras ou da ciclovia. O objetivo é olhar para o alto. Eles tentarão ver pelo menos parte das mais de 170 espécies que habitam o local. O passeio, para iniciantes, começa às 8h e integra a programação da Avistar 2012, encontro brasileiro de birdwatching (observação de pássaros), em parceria com o Viva Mata 2012, evento de defesa da Mata Atlântica.

A ornitóloga e PhD em Ecologia Martha Argel e o ativista inglês David Lindo, o ‘The Urban Birder’, vão mostrar como fazer a aproximação e darão detalhes sobre as espécies. Haverá atividades parecidas no Parque Villa-Lobos (amanhã e domingo, às 9h) e no Parque Vila Guilherme – Trote, na zona norte (domingo, às 8h).

Martha Argel e David Lindo (foto: arquivo de Martha Argel)
Não há mistério em ser birdwatcher. Segundo o organizador da Avistar, Guto Carvalho, basta seguir algumas regras básicas, como usar roupas que não tenham cores chamativas e caminhar lentamente, de preferência em zigue-zague e sem encarar a ave. “Não adianta se esconder atrás da moita, porque a ave vai ver que ela está estranha, tem pernas e braços (risos).” Binóculo é equipamento básico, mas segundo Carvalho, dispensável nesse primeiro contato.


Paixão
Observador que se preze não mede esforços para ver uma ave. O sargento da Polícia Militar Fábio Ferrão Videira, de 39 anos, conta que já teve de ficar imóvel por cerca de 15 minutos à beira de um lago só para se aproximar de um saí-azul. “Para quem está imóvel, é uma eternidade”, diz o observador, que já chegou a enfrentar aranhas e cobras só para conseguir ver a ave que desejava.

Fábio Ferrão e o colega Ricardo Pires

A artista plástica June Rodrigues Alves, de 62 anos e birdwatcher há 20, conta que uma vez foi com amigos a Campos do Jordão (SP) em busca do papagaio-de-peito-roxo. “A gente chegou às 5h, aquele frio horroroso. Eram 8h, e nada.” Então, pegaram o caminho de volta. “À beira da estrada, lá estavam eles, nas araucárias.”


Birdwatcher há 25 anos e um dos fundadores do CEO (Centro de Estudos Ornitológicos) de São Paulo, o médico Luiz Fernando Figueiredo, de 62 anos, é uma referência quando o assunto é avifauna. Já listou mais de 500 aves no Estado de São Paulo e reconhece com facilidade as espécies. “As pessoas acham excêntrico ser um observador”, diz. Hoje, segundo a Avistar, o Brasil tem cerca de 3 mil birdwatchers. A maior parte homem, com curso superior e pós-graduação e das classes A e B.
Parte da equipe do CEO - (foto: Silvia Linhares)

Ferrão e June são seus colegas no CEO. June já nem consegue andar na rua distraída – tanto que só no seu bairro, o Brooklin velho, listou cerca de 70 espécies – que devem entrar em seu livro de pinturas. “Qualquer pessoa pode ser observadora, da janela de sua casa. Em meia hora, vai ver umas dez espécies”, diz.

“A família acha que a gente não é muito certo da cabeça”, brinca Ferrão, que se formou em Biologia só por causa desse hobby. Mas a história que ele gosta de contar é a de um suiriri-cavaleiro que viu perto de Sorocaba. “Normalmente, a gente segue os pássaros, mas desta vez, ele nos seguiu.” Ferrão arriscou uma aproximação com o animal silvestre e ele passou, manso, pela palma da sua mão estendida no chão. “Isso compensa dinheiro gasto, as viagens, o tempo de dedicação. Isso vale tudo.”  ::

GISLAINE GUTIERRE
gislaine.gutierre@grupoestado.com.br
Publicado originalmente em http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/passeio-no-ibirapuera-ensina-a-ver-passaros/ em 17 de maio de 2012 |  23h07 |

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Excursão ao Núcleo Itariru, Parque Estadual da Serra do Mar.



Luiz Fernando, Silvia Linhares e André Ricardo
Dando prosseguimento ao levantamento de aves em Unidades de Conservação do estado de São Paulo,  atendendo projeto de pesquisa aprovado pelo COTEC do Instituto Florestal, três membros do CEO visitaram nos dias 6 a 8 de abril de 2012 o Núcleo Itariru, do Parque Estadual da Serra do Mar, cuja sede está situada no município de Pedro de Toledo. 

Nesse levantamento foram detectadas  108 espécies, 59 destas documentadas com fotografias, postadas no site Wikiaves. 

A lista de aves pode ser vista no site do CEO: http://www.ceo.org.br/avifest.htm


Um interessante registro foi o do casaca-de-couro-da-lama, Furnarius figulus, espécie que se expandiu recentemente para o estado de São Paulo, e este é provavelmente o registro mais ao sul da distribuição dessa espécie.
Casaca-de-couro-da-lama (Furnarius figulus) - Wing-banded Hornero
Boa parte do Núcleo é uma área recentemente incorporada ao Parque, ainda em processo de desapropriação. Há duas estradas que percorrem o Núcleo e que facilitam bastante o acesso a seu interior. O Núcleo dispõe também de uma sede bem estruturada.

A mata
A cidade de Pedro de Toledo é pequena mas muito acolhedora e bastante utilizada para turismo. Dispõe de diversas pousadas e bons restaurantes. É portanto, um destino de observação de aves a ser melhor aproveitado, tendo em vista o excelente potencial de diversidade de sua avifauna.

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Silvia Linhares