quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Aves no Tietê, Beija-flores e Arte em Mogi-das-Cruzes

Carão, Aramus guarauna.
Dia 24 de setembro estivemos no Parque Ecológico do Tietê, onde, a despeito de ter sido uma manhã nublada, observamos, no transecto habitual, 77 espécies de aves! Sem dúvida o PE Tietê é o melhor lugar na cidade de São Paulo para ver diversas aves ribeirinhas.

Para quem não conhece, também um bom lugar para ver de perto e distinguir as duas lavadeiras-mascaradas, a "verdadeira" e a de-cara-branca. Também anatídeos menos comuns por aqui, como a marreca-toicinho, Anas bahamensis.

Alguns maçaricos, muito tímidos, podem ser vistos lá a uma boa distância, já que a gente fica meio escondido atrás da vegetação que orla a estrada à beira dos bancos de areia do rio Tietê. Surpreendeu-nos um bando de carretões, Agelasticus cyanopus, na parte baixa de uma vegetação arbórea ao lado de um dos lagos, por ser ave sempre vista no meio do taboal ou capinzais.


O simpático carão, Aramus guarauna, está ficando bem confiado, permitindo uma aproximação de poucos metros para fotografá-lo.

Na parte da tarde, seguimos a montante o vale do Tietê e no município de Mogi-das-Cruzes visitamos, no sopé da Serra do Itapeti, nosso amigo Antonio Wuo, que está finalizando um livro retratando aves desse município.

Grande artista, o que já se constata em sua sala de estar, onde pode-se contemplar diversos desenhos de cavalos, sua especialidade, e também algumas esculturas em madeira, desse mesmo animal. Mas também alguns outros de aves, em lápis de cor. O livro do Wuo será diferente dos que conhecemos, pois trará apenas as fotos e os nomes das aves e, dispersos pelo livro, alguns desenhos de outros artistas do município e algumas poesias. Não será portanto um livro para se aprender sobre as aves, mas para contemplá-las tão somente.

Muitas são mostradas em flagrantes de suas atividades diárias, o banho, a comilança, as poses diversas. Também uma novidade é que nenhuma das fotos foi feita usando artifícios como o play-back, o que, certamente, tira muito de sua espontaneidade e descontração. Com certeza o Antonio Wuo conseguirá transportar para esse livro, muito de sua própria personalidade, pois, como constatamos em seu jardim, tem grande intimidade com as aves.

Em mais de uma dezena de bebedouros, uma infinidade de beija-flores de variadas espécies voam para lá e para cá e, talvez pela grande disponibilidade do alimento, são vistas poucas brigas!

Beija-flor tesoura-de-fronte-violeta, Thalurania glaucopis, no jardim
Tão habituados com seu benfeitor, há ali beija-flores que, pousados, já deixaram que o Wuo se aproximasse ao ponto de encostar neles o dedo, passando-o por sobre sua plumagem num carinho. Algumas vezes, o beija-flor chegou até a baixar a cabeça, como fazem algumas aves de gaiola, pedindo um cafuné.



Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Karlla Barbosa

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