quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Onças e marias-leque na Casa de Pedra

Um dos lagos artificiais
Visitamos a Casa de Pedra, uma propriedade em processo de desapropriação para integrar-se ao PETAR – Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, no núcleo do Areado.

Área aberta
O proprietário utilizou a área durante certo tempo para algumas atividades econômicas, como a piscicultura e a produção de pêssegos. 

Por esse motivo foram construídos diversos lagos artificiais. E

ste histórico deu à área uma fisionomia bem variada, com alguns capinzais, capoeiras, matas em estágios diversos de regeneração, brejos em lagoas assoreadas. Isto propiciou a presença ali de diversas espécies de aves invasoras, próprias de espaços abertos.

Após uma caminhada por alguma das antigas estradas da fazenda, alcança-se a mata primária.

Detectamos em torno de 110 espécies de aves, algumas ainda em fase de identificação com base em vozes gravadas. 

Yara
Tivemos diversos contatos com a maria-leque-do-sudeste, Onychorhynchus swainsoni, que parece ser moradora habitual de uma área próxima de um curso d’água. Discreta e tímida, não quis mostrar seu leque para a tele de 600 mm do Guto.

Yara, um dos membros da família dos proprietários da área, demonstra grande amor pela Casa de Pedra, certamente pela historia familiar que ela representa, mas também por ser grande admiradora da natureza.


Numa de nossas andanças, contamos com a companhia do Juca, antigo morador local, grande conhecedor das plantas e bichos do lugar e com um extraordinário senso de localização dentro da mata, um GPS de carne e osso!

Juca
Com o Juca, seu filho Rodrigo com o guarda-parque Pedro Bandeira, tivemos produtivas conversas, da qual obtivemos algumas novas denominações populares para aves do lugar, ocorrências de algumas espécies e, nos momentos de descontração, ouvimos algumas preciosas anedotas, sempre referentes a caçadores.
Rodrigo

O Rodrigo mostrou um grande conhecimento das aves dali e um grande interesse em aprofundar esse conhecimento. 

Deslumbrou-se com o “Deodato”, cujas páginas folheou uma a uma. Certamente nunca tinha visto um guia de campo. 

Também com o recurso indispensável do binóculo, para uma observação de detalhes de aves no campo. Yara pretende instrumentalizar esse rapaz para que venha a ser um futuro guia ornitológico.
Hora do descanso

De fato, quantos jovens como Rodrigo devem existir por aí, com um grande interesse e potencial para observar aves, faltando a eles apenas essa pequena ajuda inicial: um binóculo, um guia de campo e a disposição de vez por outra dar uma orientação de como prosseguir com o aprendizado de campo. 

Tivemos então, nas conversas da hora de descanso, a idéia de criar um programa visando fornecer a esses jovens, equipamentos mínimos e acompanhamento, visando estimulá-los e ajudá-los a se iniciarem como observadores de aves.











Visitamos uma área de grande beleza, próxima do Morro do Cachorro, onde a mata se mostra com toda sua exuberância.



Não vimos a onça, que sabemos frequenta a Casa de Pedra, mas vimos e fotografamos seu ipso facto, a prova material de sua presença.

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Yara Pesek

2 comentários:

  1. Quero aproveitar para agradecer mais uma vez ao Luiz Fernando, Ricardo e Guto pela visita ornitológica e por dividir seu incrível conhecimento conosco. Adorei a experiência de receber observadores de aves na fazenda. Ter um grupo munido de binóculos, gravadores e guias de campo passeando pela floresta era um sonho antigo, foi como se vocês pertencessem à paisagem.
    A natureza e as aves agradecem!
    Um grande abraço,
    Yara

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  2. Nossa, deve ter sido um passeio maravilhoso!

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