terça-feira, 10 de abril de 2007

NOVOS MORADORES NO MORRO E PEDRA GRANDES

Neste final de semana, de 7 e 8 de abril, visitamos o Morro Grande, em Itapecerica da Serra e a Grota Funda, na Serra do Itapetinga, em Atibaia. Nosso objetivo maior era documentar no primeiro, o grimpeirinho, Leptastenura setaria, que ali havíamos visto no ano de 2000, por tratar-se de localidade de ocorrência ainda não publicada dessa espécie e, na segunda, verificar sua possível existência.

No Morro Grande, para atingir nosso ponto, seguimos pela estrada férrea, que cruza a Reserva até Caucaia do Alto.


Por esse caminho, pode-se contemplar a paisagem de sítios que fazem divisa com a Reserva...



... e ultrapassar três túneis. No primeiro deles, paramos para contemplar o belo mural formado pelas pedras e vegetação que sobre elas cresce...

... e para indagar sobre nosso percurso ao Sr. Fidelis, fiscal da linha férrea, que por zêlo a percorre duas vezes por dia.


Logo após, outro oportuno encontro: o olho-falso, Hemitriccus diops.


Mas vamos em frente, que o percurso é longo. Mais um túnel...


... e mais uma parada para ver e fotografar o ferreirinho-de-cara-canela, Poecilotriccus plumbeiceps.


E lá se foi o terceiro e último túnel.


Já no âmago da Reserva, entramos em pequena trilha atrás de uma correição de formigas onde vimos a inevitárvel papa-taoca-do-sul, Pyriglena leucoptera, seguindo a correição. Também por ali estavam alguns saguis-da-serra-escuros, Callithrix aurita, e esta magnífica lagarta.


Nesse lugar nos esquecemos por alguns momentos das aves, para contemplar esses extraordinários cogumelos.



E logo mais à frente, beirando a linha férrea, onde visblumbramos algumas araucárias, fizemos a primeira tentativa de play-back. Não demorou quase nada e a alguma distância, a pronta resposta de uma tríade de grimpeirinhos, que vieram curiosos ao nosso encontro...


... e por ali permaneceram o tempo suficiente para fazer deles, em poses variadas, a necessária fotografação.


Mesmo dando por encerrado nosso objetivo ornitológico maior deste dia, ainda pudemos, na beira do braço da represa, que sobrepujava sua cheia...


... observar, ávidos pelos frutinhos da aroeira-pimenteira, Schinus terenbinthifolius, o alegrinho, Serpophaga subcritata...


...o bico-de-veludo, Schistochlamys ruficapillus, o gaturamo-verdadeiro, Euphonia violacea...


... a linda, e merecidamente assim denominada saíra-preciosa, Tangara preciosa, e o elegante tucão, Elaenia obscura, que graças a seu avantajado porte, perante suas congêneres, e por ter emitido algumas breves notas, nos permitiu sua imediata identificação.



Uma pausa para esperar a passagem do trem...


... e para contar os infindáveis vagões...


... e ainda ver, no capinzal da beira da represa, o incomum tico-tico-do-banhado, Donacospiza albifrons.


Na volta, sobrou um tempinho para uma última cena da bela biodiversidade desse lugar, uma alma-de-gato, Piaya cayana...


... e para um último aceno de despedida!


Na Grota Funda não tivemos o mesmo êxito na procura do grimpeirinho, pois não há ali araucárias, com exceção de algumas próximo das habitações, certamente plantadas pelos moradores. Mas o passeio não foi por isto perdido, pois pudemos contemplar, além da bela paisagem da Serra do Itapetinga, com seu ponto turístico mais conhecido, a Pedra Grande...


... algumas interessantes espécies, como o cabeçudo, Leptopogon amaurocephalus...


... ou o joão-teneném-da-mata, Synallaxis cinerascens.



Também o pica-pau-anão-barrado, Picumnus cirratus, que atendeu decisivamente ao play-back...


... e o comum pula-pula, Basileuterus culicivorus, com o qual o Macarrão brincou com a máquina.


Mas nosso melhor encontro foi esse surucuá que, por ter a barriga amarela e, desta mesma cor o anel ocular, pelos ensinamentos que temos recebido, seria o surucuá-de-peito-azul, em sua "versão" do norte, Trogon surrucura aurantius. Se assim se confirmar, será, certamente, seu registro mais a oeste até então conhecido neste estado.


Já de volta, uma última parada para observar a paisagem das alturas...


... de onde alguns intrépidos esportistas alçam vôo! E nós, que sofremos da vertigem das alturas ali nos contentamos em contemplar vôos mais seguros!

E por fim a chuva, que até então nos dera trégua, veio de vez.


Mas não faz mal, pois se ali por simples desejo algum dia voltaríamos, agora, por necessidade dessas dúvidas surgidas, com certeza muito em breve voltaremos.

Texto: Luiz Fernando Figueiredo
Fotos: Arthur Macarrão Montanhini

4 comentários:

  1. Que belo passeio!
    Gostaria muito de participar destas aventuras um dia desses...
    Se der, me convidem !!!

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  2. Deu inveja do passeio, mas pelo menos deu para dar uma viajada também com a sequência do texto e as ótimas fotos. Pergunto ao Arthur qual o equipamento que ele utilizou para fotografar as aves.
    Abraço, e espero todo dia por novas informações e novidades.
    Luiz Álvaro
    http://surucua.blogspot.com

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